Um assassino no Hospital

                                                                            Um Assassino no Hospital

Num dia de Inverno muito chuvoso, casou o meu primo. Na parte de trás da igreja havia um hospital.
No momento da troca das alianças, chorava a mãe da noiva, a madrinha abanava o leque, o primo Pedro hesitava, pois a aliança recusava-se a passar.
De repente, um grito aterrorizador, que parecia vir do hospital, interrompeu o noivado. O vento fez bater a porta com grande estrondo e falhou a luz. Os nervos da noiva cederam e esta desabou nos braços do padre.
O meu primo estava aborrecido e preocupado com a noiva e eu, que já não aguentava o suspense, esgueirei-me por entre as inúmeras filas de convidados e fui por minha conta desvendar o mistério do grito pavoroso que tinha ouvido há bocadinho.
Corri até ao portão ferrugento do hospital. Estranhamente, o portão estava aberto com várias mossas o que me fez pensar que alguém lá entrara à força. Um arrepio percorreu-me a espinha.
Quando cheguei à porta uma enfermeira simpática perguntou-me:
- Rapaz, algum parente teu está internado aqui?
- Não...
- Então receio que não possas entrar.
- Eu ouvi um grito... por isso...
- Sim, pois foi. Um paciente morreu com uma espécie de vara. Aparentemente alguém o assassinou...
O seu tom de voz mudara completamente e eu, cada vez mais nervoso, perguntei:
- E sabem quem foi?
- Não desconfiamos de ninguém... Mas ninguém entrou nem saiu do hospital desde a semana passada, o que significa que de certeza que o assassino está internado neste hospital...
- Posso entrar?
- Podes. Não vejo problema nenhum.
- Obrigado.
As paredes do corredor do hospital estavam meticulosamente polidas de branco. Mas quando olhei para o chão, notei que estava manchado de pegadas ensanguentadas. Enquanto as seguia fui passando pelos quartos: 22, 23, 24... ...até chegar a uma portinhola que não tinha número. As pegadas iam dar aí. Entrei decididamente mas fiquei desiludido: As pegadas eram mesmo de sangue só que quem as tinha deixado não fora um assassino mas sim o contínuo porque tinham caído pingas de sangue da roupa dos pacientes para os sapatos e largado essas pegadas.
Pedi-lhe desculpa por entrar e continuei a andar. O branco angélico das paredes e do chão tornava-se agora cansativo e massacrante. De repente, olhei em volta, pois o corredor dividia-se em dois. No lado esquerdo a luz tinha falhado e dava ao hospital um tom espectral. Tendo que escolher entre um lado iluminado e outro sombriamente escuro, é óbvio que eu segui a luz. Depois ouvi um riso malicioso que vinha do quarto 35. Abri a porta outra vez (déja vu) e deparei-me com um psicopata. Olhei para a janela do quarto e vi os sinos a tocar no topo da igreja!
Que sorte a festa ainda ser na igreja. Assim posso estudar este caso durante mais tempo _ pensei eu.
Pedi desculpa pelo inconveniente e avancei. Como estava distraído choquei contra alguém e dei por mim à frente de um vulto que parecia ter 2m...
- Desculpe, senhor.
Uma voz antipática respondeu:
- Vê por onde andas miúdo. Ou ainda tens de te haver comigo!
Notei que era um enfermeiro que tinha nas suas mãos (ou devo dizer MANÁPULAS) um suporte para tubos de ensaio cheio de análises de sangue.
Vi-o afastar-se a resmungar umas palavras que não consegui captar (e se calhar foi melhor assim) e a bater os pés (ou devo dizer PATAS) e segui o meu caminho.
No quarto 147 (onde o homicídio tinha ocorrido) estavam muitos membros da SWAT e da PJ a ver impressões digitais.
- De certeza que o sujeito estava doente? - Perguntou o inspector.
- Sim. Porque pergunta?
- A temperatura do corpo está moderada, as bolhas são manchas falsas, este sujeito internou-se aqui de propósito!
- Não percebo... O que ganharia esse homem em fingir ser um paciente de um hospital?
- Talvez o medicamento não fosse para ele mas sim para roubar para alguém que o necessitasse... Mas agora interessa mais outro caso... Há um assassino à solta neste hospital.
- Tem razão coloque 2 agentes em cada porta para evitar que isto aconteça outra vez...
À volta do monte de jornalistas que fotografavam o cadáver, estavam: dois sujeitos musculados que bebiam café e conversavam sobre a morte desse paciente, uma menina de olhos claros que brincava aos médicos com a sua boneca Nenuco e um misterioso homem de óculos de sol com um dente de ouro e com um estiloso cinto dourado com uma estrela giratória que parecia do tempo dos cowboys.
O tempo passou e não consegui obter nada para além de:
Um grande embaraço pois cheguei a abrir mais 10 portas alheias em vão
Dores nos olhos de olhar tanto tempo para o mesmo tom de branco
Um enjoo de ver mais sangue à minha frente do que na minha vida toda
Dores musculares pois revistei o hospital todo de cima a baixo (e no total são 560 quartos)
Uma ferida no joelho pois tropecei numa maca quando corria (a sorte é que estava no hospital!)
Uma bolha no pé pois corri aquela distância toda com sapatos de vela para um casamento.
E um raspanete por ter saído de ao pé da minha mãe sem ter dito nada.
Cheguei a casa de rastos mas rapidamente me animei. O meu amigo Alex não tinha ido à Serra da Estrela este ano e estávamos os dois de férias sem nada para fazer.
- Mãe! Posso ir com o Alex acampar?
- Onde?
- Não é muito longe. (verdade) Não há lá perigo nenhum! (mentira) Z-E-R-O!
- Onde? Filho responde!
- É num jardim de campismo. (mentira)
- Está bem vou telefonar.
Vinte minutos mais tarde, o meu telemóvel toca:
- Fixe! Pedro, vamos acampar! Estas férias estavam a ser uma seca.
- Bem, nós vamos acampar (verdade). Mas...
- Não gosto desse mas. Tudo o que mete Pedro e Alex ao barulho normalmente dá problemas! (verdade)
- Não é num parque... (verdade)
- Não é num...? Mas então onde é?!
- Eu sei que tu adoras acção (mentira) e nós somos destemidos (mentira maior) por isso...
- Sim...
- Vamos a um hospital (verdade)
- Fazer o quê? Boas acções para a catequese?!
- Essa foi gira (mentira) Houve lá um homicídio (verdade) e nós vamos desvendá-lo.
- O quê?! Sabes lá se não acabamos enterrados!
- Não vai haver problemas (mentira) Ficamos sempre juntos (mentira) não vamos ter medo nenhum (essa foi a maior que eu disse até hoje)
- Tens a certeza?
- Absoluta! (mentira) Traz o material de campismo e roupas quentinhas, pois vamos do parque a pé até ao hospital (verdade)
- A...a...a...a... PÉ?!!!!!
- Sim! (verdade) Não custa nada. (mentira) Vai ser um saltinho (-_-")
- Pois, pois...
- Mais uma coisa.
- O quê?
- Tens medo do escuro?
- Não. (M-E-N-T-I-R-A) Porquê?
- Há uma zona no hospital que não tem a mínima luz. (verdade). Por isso leva uma lanterna. Oh! E guloseimas! Eu levo bebidas. (era verdade mas acabei por me esquecer).
- Ok! Adeus.
- Xau!
No dia seguinte eu acordei bem cedo. Tomei um duche quente (50 minutos quando começo é difícil parar!), Vesti-me à pressa (20 minutos mesmo à pressa demoro muito a escolher o vestuário), lavei os dentes (5 minutos), tomei o pequeno-almoço (10 minutos) e acordei os meus pais (40 minutos eles são sonolentos). Quando estava prestes a entrar no carro lembrei-me de uma coisa (não, não foram as bebidas) faltava a tenda! Não ia precisar dela mas para enganar os meus pais era fundamental! Subi as escadas de casa para ir buscar a tenda (20 ml de suor)
Cheguei ao carro, coloquei-a na bagageira e ia para entrar até que:
- Tens aí o saco-cama certo?
Lá subi a escadaria de novo (15 ml de suor) e pus o saco cama na bagageira.
- Lanterna?
Subi tudo outra vez (50 ml a contar com as lágrimas porque tropecei e magoei-me.)
- Telemóvel!
Lá fui eu a arfar (60 ml) e pus o telemóvel no bolso.
- Escova de dentes! - Gritou a minha mãe.
E lá fui eu como um infeliz cima, baixo, cima, baixo, cima, baixo... (700 ml)
- Pedro! Já que estás aí fecha a garagem!
Como a garagem era de controlo manual, eu tive de a puxar. (230 ml)
Aproximadamente, nessa manhã, transpirei 1 litro de suor. Ufa!
Quando cheguei ao parque ainda não havia sinais do Alex por isso achei que não faltava muito... O combinado era estar lá às 8:00h e eram 8:05. Sentei-me no banco e fiquei à espera. Já eram 8:10 e nada de Alex. 8:15, 8:20... Às 8:30 chega lá ele.
Passei o meu relógio de pulso pelos seus olhos.
- Não sabes que horas são?!
- Desculpa. A minha irmã escondeu as guloseimas e tive de as procurar.
- E levas 30 minutos para isso?!
- Calmex! Não é só à noite que os assassinos atacam?
- É. Mas sabes lá se o tipo (ou a tipa) não matou outra pessoa enquanto dormíamos descansadinhos.
- Pois...
Estávamos os dois tão distraídos a discutir, que já nos tínhamos esquecido de que os nossos pais estavam ali. (não se sabe a fazer o quê mas estavam lá)
Até que o pai do Alex sugeriu:
- Vocês sabem montar a tenda sozinhos? É melhor ajudar-mos
- Pois..._ disse eu.
O Alex puxou-me para trás do arbusto e começou logo um ralhete:
- Pois?! POIS?! Por amor de Deus! Depois de tanta mentira que já disseste, agora vens com um pois?! Eles nunca mais se vão embora!
- Pois...
- Não me venhas com pois! Vamos lá ajudar para eles acabarem mais depressa.
Depois de uma massacrante meia hora a tenda estava pronta. Depois de:
Eu ter tropeçado num saco cama de outro campista e receber um raspanete
Uma grande dor na minha ferida porque depois de eu ter tropeçado o meu pai pôs-lhe álcool em vez de água oxigenada. (se vocês soubessem quanto arde)
Um miúdo de 7 anos atirar pedras ao Alex e ele caiu à água.
Ia estrangular esse miúdo quando ele fez queixa aos pais e eu fiquei malvisto (outra vez).
Já eram 9:00 quando os nossos pais foram embora e o Alex (pessimista) disse:
- Agora temos de a desmontar...
Ia já discordar com ele mas era verdade. Tínhamos de a desmontar. Não íamos deixar a tenda ali. Sem ninguém. Por isso limitei-me a suspirar e fui ajudá-lo.
Às 9:50 tínhamos tudo como dantes. As mochilas pesadíssimas, a tenda desmontada, o colchonete enrolado, o saco cama (quase a rebentar) dentro do saco...
- Trouxeste sapatilhas, né?
A resposta foi silenciosa.
- Oh não! Meu, não percebeste quando eu disse que nós íamos a pé do parque até ao hospital?
- Ooops.
- Ao menos são botas de montanha. Vamos!
Percorremos praticamente 2km quando vi o portão com as mossas e gritei triunfante:
- Chegámos!
O Alex, pouco atrás de mim, vinha a arfar (o que não é muito surpreendente) e perguntou:
- E se o tipo descobre que nós o queremos apanhar?
-Shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Se tu continuas a falar sobre isso é que nos apanha mesmo.
- Ok.
A enfermeira simpática veio-nos cumprimentar.
- O assassino atacou de novo. Vieram ver outra vez?
O Alex gaguejou a olhar para a enfermeira:
- Hum... Sim... Pois... Vamos... Ah...
Eu interrompi:
- Sim vamos! _disse eu empurrando o Alex para dentro do hospital.
- Estás caidinho!
- Não estou nada!
- Tás, tás!
- Não tou!
- Tás.
- Que tom de branco angélico.
- À primeira vista é. Mas depois torna-se uma tortura óptica.
Fomos a caminhar enquanto eu ia apresentando tudo ao Alex:
- Ali é o quarto 147, o tipo foi assassinado ali. Ali é o 35 se ouvires um riso estranho vindo de lá, é só o psicopata que lá está dentro.
- Ok!
- Pssst _acrescentei eu_ aquele é um feioso antipático. E acho que TAMBÉM tem um fraquinho pela enfermeira da entrada. Como tu!
- Eu não tenho fraquinho nenhum!
É obvio que o grito do Alex chamou a atenção do senhor Diamantino (eu vi o nome dele num alfinete do seu uniforme) e ele perguntou:
- Tu outra vez?! Trouxeste um emplastro contigo?
- Emplastro?! Consigo fazer mais que tu, bola de sebo! (para quem não sabe sebo é gordura = bola de gordura)
Quando o Alex disse isto, os seus olhos brilharam, pois a enfermeira da entrada estava a olhar para ele, que tinha feito boa figura ao fazer frente ao enfermeiro Diamantino. No entanto, eu, que estava mais preocupado com a nossa pele estava a olhar para o senhor Diamantino, que fumegava perante o insulto do Alex. Sem hesitar gritei:

- Corre!

Corremos desalmadamente pelo corredor até ao quarto 250. A nossa sorte é que senhor Diamantino era balofo e não conseguia correr.

Quando entrámos, o Alex fechou a porta e ficou a ver pelo trinco. Um estrondo no chão interrompeu as nossas actividades. Olhámos para trás e vimos uma mulher grávida morta no chão e um homem mascarado vestido de preto com uma capa (traje ridículo) a saltar pela janela.

- ALEX!

- PEDRO!

Estes dois gritos foram o suficiente para o enfermeiro saber onde estávamos e entrar no quarto à força (o que não é muito difícil pois eu e o Alex não valemos nada a lutar). 

- Aqui estão... VOCÊS!

- Não fomos nós!

- Eu vi tudo!

- Quem foi rapaz-maravilha?

-HAHAHA! Que engraçado! (mentira)

- Diz!

- Foi um homem mascarado com uma capa preta!

- O Batman?!

Já ia responder torto quando o Alex me puxou a manga do casaco como se dissesse "Cala-te ou arranjas problemas"

Como eu percebi o que ele queria dizer calei-me e deixei-o continuar.

- Mantenham-se longe do hospital meias-lecas.

Eu ia explodindo mas lembrei-me que isso não ia ajudar e limitei-me a fazer um sorriso amarelo.

Ele fechou a porta e eu e o Alex (grande novidade) começámos a discutir:

- Bola de sebo?! Não podias ficar calado?

- Tu também ias dizer algo só que eu puxei-te para te avisar. Ainda por cima gritaste o meu nome. Todos os pacientes sabem o meu nome agora.

- Tu também gritaste o meu. E não és tu que queres ser popular.

- Pois, pois!

- Ainda por cima,tivemos logo uma bronca à entrada por teres gaguejado com a enfermeira, pingamor!

Se o inspector não tivesse entrado na sala naquele momento, eu e o Alex teriamos desatado à estalada.

- Saiam da frente miúdos, somos profissionais.

Nós não tivemos remédio senão obedecer e sair do quarto. À nossa frente passaram membros da PJ armados, vários médicos e enfermeiros, lá no meio a enfermeira simpática que pelo que eu vi no alfinete se chamava Rita e um cirurgião que me fez uma festa na cabeça com a sua mão (odeio que me façam isso mas não tanto como odeio a maneira que o Diamantino nos fala).

Eu e o Alex espreitámos pela porta mas rapidamente nos arrependemos pois só se via sangue a escorrer para o chão. Virámos costas totalmente pálidos. De repente, uma voz baixa disse:

- Hmmmmmm! Tanto sangue. Que manjar! 

Eu e o Alex viramos-nos e ia-mos desmaiando quando vimos o mesmo homem de óculos escuros do outro dia.

- Manjar? De que tempo é que és? Da monarquia?!

- Alex!_ sussurrei eu_ não fales.

- Heheh! O meu nome é K.

- K?! Está a gozar? É alcunha da escola?

- ALEX! O meu nome é Pedro.

- Pedro e Alex... Ok. Antes ter só uma letra do que esses dois nomes.

- O quê?! Nem sequer devia ser K devia ser V! Se gosta tanto de sangue deve ser um vampiro! Em vez de K chamo-lhe Vladimir!

Já não ouvimos resposta para além de o riso trocista do senhor K.

- Estava com vontade de lhe bater...

- Provocaste-o Alex, tavas à espera de quê?

- Deixa tar. Vamos continuar.

Uns vinte minutos mais tarde, o Alex disse:

- Ai! Que dor de cabeça!

- Eu disse que este tom de branco cansava!

- Podias ter dito para eu trazer uns óculos escuros, pá!

Inesperadamente, uma nuvem de fumo impediu a nossa visão.

- Cof! O que é isto?

- Deve ser uma bomba pluviovaporizável.

- Pluvio quê? Cof! Alex, fala português!

- Uma bomba de fumo! Cof!

- Aaaaaaaah! Assim já se percebe!

- Tu tens aí alguma ventoinha? Cof!

- Porque haveria eu de andar com uma ventoinha?!

- Sopra então. Cof!

- Cof! Ok!

Começámos a soprar descontroladamente até que encontrámos um ponto nítido:

- Por aqui! Cof!

Assim que voltámos a ver nitidamente, eu olhei para o chão.

- Alex!

- O que foi?

- Pegadas ensanguentadas!

- Não me disseste que da outra vez foi o funcionário?

- Sim, mas está aqui um pedaço de tecido preto! Que eu saiba o contínuo não é gótico...

- Ok! Vamos segui-las!

- Acho que o tipo já sabe que tamos atrás dele...

- Não importa. Como tu dizes, Pedro, Avança Leão! (eu digo isto porque sou León mas parece muito mais estúpido quando o Alex o diz)

Quando chegámos ao fim das pegadas, vimos o Senhor Diamantino com uma capa rasgada preta na mão.

- O que aconteceu?

- Vi o tal "Batman" (ele é casmurro). Puxei-lhe a capa, mas ele pegou numa navalha de bolso e cortou-a. Depois não tive remédio senão ficar pasmado a olhar. (até tinha outro remédio: se tivesse feito dieta, talvez pudesse tê-lo apanhado realmente, balofo!)

- Está ali uma lâmina!

- Bons olhos Alex!

- Raios, já é a 3º vítima!

- Uma coisa é certa, o assassino veio para ficar e está mesmo a pedir para o algemar-mos!

- Ya!

O som de um tiro ecoou pelos ares.

- O que foi aquilo?

- Vem do lado da luz fundida!

- Vamos!

- Eu não entro ali! (eu disse que ele tinha medo, mas eu não fico muito atrás...)

- Vá lá! Acende a lanterna!

- Pronto já tá. Vamos!

- Avança Leão! (não fica muito melhor quando sou eu a dizer?)

Avançámos por entre as macas que o assassino devia ter deixado para impedir o caminho (que piada de mau gosto!)

- Au!

- O que foi?

- Tropecei numa maca.

- Já na primária a professora Máxima (e que cachaços que nos mandava!) dizia que eras um trapalhão!

- Sim, mas dizia mais que eu era o Pedro sempre na lua.

O ambiente sombrio do hospital parecia ter mudado para a tranquila primária onde ninguém lutava ou desrespeitava ninguém. Que bons tempos!

- Podemos lembrar-nos dessas lamechices depois_ disse o Alex com ar de chefia_ agora, é liquidar aquele tipo!

- Se ele não nos liquidar a nós..._ acrescentei eu.

- Pessimista!

- És tu!

- Pessimista!

- És tu!!

- Não sou!

- És sim!

- Não sou!

- Oh por amor de Deus. Estamos aqui a discutir como putos e sabe-se lá se o tipo não está atrás daquelas macas a rir-se de nós!

E rapidamente ouvimos:

- Raios! Descobriram-me! (pouco inteligente, BAH!)

Depois o vulto saiu do seu esconderijo e começou a correr. (pena não ser balofo como o Diamantino).

- Atrás dele!

Ao contrário do enfermeiro, o assassino era difícil de apanhar.

- Estou a ficar cansado!

- Ele também. Ninguém pode fugir para sempre! Ele vai acabar por se cansar!

Mas parecia que o tipo não se cansava. De repente, o vulto trancou-se na casa de banho das mulheres (gostava de ter tirado uma foto!)

- Abre! Não te fazemos mal nenhum!

- Não te fazemos mal nenhum?! Alex, este tipo é um assassino.

- Mas não é muito inteligente...

- Tens razão...

Ficámos à espera uns 10 minutos, até que a porta se destrancou e se abriu.

- Pedro! O tipo está armado!_ disse o Alex puxando-me para o chão.

Um tiro ecoou pelo corredor impedindo-me de responder.

- Alex_ sussurrei eu_ ele não tem balas. O gatilho está puxado para cima.

- Pois, mas ainda tem a navalha.

- Pega na tua lanterna, tive uma ideia!

- Pois é! Podemos apontar a luz da lanterna para os olhos do tipo.

- Eu ia dizer que lhe podíamos bater com as lanternas, mas isso parece mais eficaz!

- Olha, Pedro, apontamos as lanternas, depois, atacamos com o que estiver mais à mão_ disse o Alex fechando a porta num movimento rápido.

- Ok!

Abrimos a porta mas o tipo já lá não estava.

- Saltou pela janela enquanto nós planeávamos... (somos assim tão previsíveis?)

Um grito interrompeu os nossos pensamentos. Olhámos pela janela e vimos o vulto com uma Colt Peacemaker (uma das poucas coisas que eu estudo) apontada para a cabeça da enfermeira Rita.

Ele olhou para nós com ares de superior e berrou:

- Não queiram ver o que pode acontecer se eu carrego no gatilho. Vai ser muito sangue mas isso é um problema menor!

- Larga-a!

- ALEX! Chiu!

Rindo-se o tipo apontou a arma para nós.

- Baixa-te!

- Disseste que ele já não tinha balas!

- Não é a mesma arma. A outra arma de há pouco era uma Magnum.

- Não interessa! Ele tem a Senhora dona Rita. Temos de...

- Espera aí! Desde quando é que dizes senhora dona?!

- Como disse há pouco não interessa. Temos de salvar a Rita.

- Rita? Por amor de Deus! Conhece-la desde a primária?

- Não.

- Então chama-lhe simplesmente enfermeira Rita!

- Não interessa (outra vez...). Vamos mostrar ao tipo quem é o mais sangrento de nós os 2!

- Ahem!

- 3, 3, eu queria dizer isso!

- Meu! O sol tá a pôr-se!

- Mas ele mata-a!

- Espera aí.

Aproximei-me da janela e bradei ao tipo com a minha voz de trombone (créditos da expressão para a minha mãe).

- O que tu queres de nós?

Ele em vez de resposta, atirou 3 vezes seguidas em direcção ao céu.

- Parem de me seguir e deixem-me aniquilar todas as formas de vida deste hospital!

- Mas porque é que um tipo como tu quer fazer isso?!

- Perdi as 2 coisas que para a minha vida eram importantes. NESTE HOSPITAL!

- O quê?

Com lágrimas a escorrer pela máscara preta ele explicou:

- Eu era casado. (por muito estranho que pareça é verdade) Ela estava grávida e veio para o hospital no dia do parto. Aquele cirurgião que te fez uma festa na cabeça, MATOU-A!

- Mentira! _ Interrompeu a Rita_ Ele até chorou quando fracassou. Não a matou. O seu coração está tão pesado que ele reza sempre que faz outra operação. (FONIX!)

- Não interessa! Ninguém merece viver quando alguém que nós amamos morre! Ele matou a minha mulher e o meu filho! Agora vou matar todos neste hospital incluindo a senhora. _ disse ele virando a sua pistola para a cabeça morena da Rita.

- Não! _ interveio o Alex atirando um rolo de papel higiénico para a arma do assassino._ Isso foi má sorte, ninguém tem de pagar por isso.

- O quê?! MORRAM VOCÊS OS DOIS!!!!!! (que mal é que eu fiz?)_ disse ele desatando aos tiros.

O vidro da janela partiu-se e um dos estilhaços caiu mesmo à frente da minha cara. Por outro lado, o Alex, aterrado com o que poderia acontecer à enfermeira, esgueirou-se e foi para o elevador levando as facas e os garfos, as lanternas, a navalha, os anzóis, a caixa de fósforos e o martelo para montar a tenda. Enquanto eu fiquei com as colheres, uma cana de pesca, a caixa de gelo, as pilhas sobressalentes, os pratos de plástico, os sacos cama, a barra de grelha, os bifes congelados e uma lata de feijão frade. (resumindo estou indefeso!) Ah, sim, é claro! Tinha um saco cheio de bolas de basebol. (parecia muito mais lógico quando eu as pus na mochila). Levei a tralha toda até ao elevador. As letras vermelhas chaparam-se no símbolo do botão.

- OCUPADO!

Fiquei à espera uns 10 minutos até que o Diamantino apareceu, olhou para mim e disse:

- Estás a tentar arranjar esse elevador com a mente?

- Está avariado?

- Sim por isso pusemos sempre esse símbolo a dizer OCUPADO.

Suspirei (Sorte malvada!) e fui para outro elevador. Mal a porta abriu, entrei a toda a velocidade. E, só me acontece a mim, choquei com uma enfermeira que entornou as análises de sangue no tapete do elevador. A enfermeira, que se chamava Bárbara, disse:

- Olha o que fizeste! Isto eram análises!

Ela tirou o telemóvel e berrou:

- Faustino! Um miúdo verteu as análises de sangue no elevador 2.

Depois desligou o telemóvel e começou OUTRO raspanete.

- Olha para isto! Não tens vergonha na cara? Estão aqui os polícias ainda pensam que mataram alguém aqui! Só me dá vontade de te esbofetear...

O raspanete durou uns 10 minutos, uns 10 massacrantes minutos (e teria durado mais se o senhor Faustino não tivesse aparecido.)

O contínuo entrou e começou a limpar. Um pouco a medo, perguntei à enfermeira Bárbara (parece que puseram os alfinetes de propósito):

- Hum... Não posso usar o elevador?

- Achas? Depois do que fizeste?! Vais nas escadas que só te faz bem! Ainda por cima se fosses no elevador espalharias pegadas de sangue quando saísses.

Lá desci eu as escadas até à entrada com toda a tralha que o Alex me deixou... (só mesmo a mim!)

Por azar (outra vez!) as escadas estavam enceradas e limitei-me a descer os dois primeiros degraus, escorregar e cair escada abaixo!

Uma vez lá em baixo, levantei-me, sacudi a cabeça e dirigi-me à entrada (saída no meu caso). Mas rapidamente me apercebi que não poderia fazer isso tão depressa. A SWAT estava a revistar todos os que saiam do edifício. Perguntei a uma senhora ruiva que ia fazer um raio-X com a sua filha:

- Desculpe sabe se há uma porta das traseiras neste hospital.

A mulher olhou para mim desconfiada e gritou:

- Segurança! FUGA!

Só tive tempo de dizer:

- Não esperem eu só...

Um segurança robusto atirou-se para cima de mim e gritou:

- Bloqueei-o!

Um monte de armas estava apontado para a minha cabeça. Tentei justificar-me:

- Mas eu, eu...

- Este está limpo. Só tem colheres e isso... Podes sair! Desculpa lá ter te esmagado... (ouch!)

Caminhei, ou melhor coxeei até à saída. Quando cheguei à parte de trás do hospital, vi marcas de tiros no chão e o tipo à procura de algo no jardim com montes de arbustos. Como o assassino não estava a ver, corri até à Rita e desamarrei-lhe as mãos. Ela ainda me disse:

- O teu amigo atirou um garfo contra este tipo e escondeu-se nos arbustos. Ajuda-o.

Vendo a minha posição, pus a cabeça a trabalhar (quem diria!). Como não saiu nada para além de fugir, desatar à estalada com o tipo e telefonar aos meus pais, atirei uma colher contra as costas do tipo.

Ele virou-se para mim e gritou:

- Onde está a minha refém?

Respondi em tom engraçado (altura inadequada):

- Ooops...

- Vais pagar caro! Tu e o teu amigo podiam ter saído daqui com vida! MORRE!

Limitei-me a responder:

- Não tens balas.

- Outra vez?!

- Lá se foi o assassino mauzão né?

- Raaaaaaaaaaaaaaaagh!

Ele tirou a navalha do bolso e olhou para mim. Eu arregalei os olhos quando o vi a correr na minha direcção.

- ALEX! Ajuda!

Mal eu disse isto o Alex saiu do arbusto e atirou 3 anzóis na direcção do assassino.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Vocês estão mortos.

- Alex, não tenho armas nenhumas! Atira-me algo.

O Alex atirou a caixa de fósforos e eu apanhei-a com as duas mãos. Mal o assassino soube que eu estava com menos armas, dirigiu-se ao Alex, sendo ele o elo mais forte. Rapidamente, eu peguei na lata de feijão frade e atirei-a à cabeça do tipo. (é muita hora no Counter-Strike!). Furiosíssimo, o assassino pegou na lata e atirou-a contra a parede que explodiu montes de feijões. (logo na minha camisola que dizia 100% Strong)

- Amanhã volto. Não se atrevam a meter-se no meu caminho!

O tipo fugiu a correr e eu olhei para o Alex:

- Não admira que pensem que ninguém saia do hospital. Ele passa as noites no jardim.

- E nós vamos passar a noite também no hospital.

- Lá dentro né?

- Se não pudermos será cá fora!

- O QUÊ?! (pensavam que eu era o mais valente?)

- Não interessa, vamos para dentro...

Quando entrámos, a Rita apareceu à nossa frente:

- Foram muito valentes meninos!

- Ainda não acabámos. (oxalá!) Esse tipo vai ver!

- Amanhã, ok Alex?

- Onde vão passar a noite? _ Perguntou a Rita.

- Não podemos dormir num quarto, vamos dormir no jardim.

- Devo-vos muito. Consigo tratar disso. (não me apetecia nada dormir no jardim)

A enfermeira Rita guiou-nos pelo corredor branco e chegámos ao quarto 468.

- É aqui!

Entrámos e ficámos boquiabertos. O quarto tinha 4 camas e estava totalmente livre. Até tinha TV! Eu deitei-me na cama pois estava estafado, enquanto o Alex foi ainda dar à língua e exibir-se (como de costume!). Ele tagarelou algumas (muitas) palavras enquanto eu espreitei pela janela. Depois de uma trabalheira para abrir a janela pois eu:

Ao tentar abrir a persiana queimei a mão com a velocidade da fita.

Depois de passar a mão por água trilhei o dedo indicador no puxador.

Já com um adesivo no dedo, fui para a varanda mas mal pus um pé de fora a Rita interveio:

- A persiana está estragada!

-Mal virei a cabeça, a persiana de plástico caiu em cima do meu pé.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAU!

A enfermeira ligou-me o pé e disse:

- Usa a outra janela se queres olhar para lá para fora.

- Au! Ok.

Quando olhei lá para fora vi o Senhor K (ou Vladimir como diz o Alex) ao telefone.

- Esse tipo tem de ser apanhado! Vivo ou morto! (realmente veio da monarquia, quem é que ainda diz isso?!)

Do outro lado ouviu-se uma voz:

- Então e o que é que fazemos com as "ilegas"?

- Guarda os negócios de contrabandismo para mais tarde. Esse tipo tem armas e não tem licença. Depois levamos as AK47's no Navio para a África.

"Para África?"- pensei - "não bastava só um criminoso homicida e agora também 2 contrabandistas?"

- Alex, temos um (outro) problema.

- Diz lá só pode melhorar depois disso...

- Há contrabandistas aqui no meio...

- Primeiro um assassino e agora contrabandistas?!

- Não te preocupes, eles só partem quando o assassino estiver preso.

- Então quer dizer que há criminosos atrás de outro criminoso.

- Sim! E sabes quem é esse contrabandista?

- Quem?

- O senhor K.

- O Vladimir?!

- É parecido...

- Basta fazer-mos queixa à polícia.

- Ele é um agente da polícia!

- Mas pode ser preso também ou não?

- Talvez...

- Mesmo assim sinto-me bem por termos mostrado aquele tipo quem é que manda.

- Não ouviste o que ele disse Alex? Vai voltar...

- Mas se tivermos juntos seremos dois contra 1 e será mais fácil.

- Ok...

A nossa auto estima estava alta mas depois de uns acontecimentos a auto estima desceu (e desceu de que maneira!)

Primeiro, eu e o Alex notámos que eu me tinha esquecido das bebidas (eu já tinha dito ali atrás)

Depois notámos que estava uma seringa partida no chão e uma possa de sangue que metia nojo ao pé.

Como não havia bebidas, eu e o Alex tivemos de beber àgua da torneira (horrível especialmente nos hospitais)

Ao fim destas perdas de moral, eu e o Alex íamos adormecer mas um doente do quarto ao lado começou a berrar:

- ÁGUAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!! AI QUE EU MORRO!!!!!!! ÁGUAAAAA!

- Bebe da torneira anormal!_ Berrou o Alex.

Inesperadamente, os gritos cessaram.

- Achas que o tipo foi beber água da torneira mesmo?

- Nah! Alguém lhe deve ter dado água decente.

De repente, ouvimos a porta do quarto ao lado escancarar-se.

- Alguém lá foi ao quarto dar água ao tipo.

- Duvido... Os enfermeiros não batem assim as portas.

- É melhor irmos ver.

Quando saímos do quarto, vimos um machado preso na porta ao lado.

- Os enfermeiros brincam aos índios e cowboys Alex?

- Ah! Ok! Vamos lá.

Mal o Alex disse isto vimos a luz do elevador a acender-se (muito mais sinistro à noite)

- Ali!

Corremos até ao elevador mas (obviamente) estava ocupado. Como o outro elevador estava avariado, eu e o Alex tivemos de descer pelas escadas. Chegámos lá abaixo a arfar, como estava escuro, não percebemos quem era mas vimos um vulto com um pé-de-cabra a escancarar a porta da entrada.

- Espera! _ gritou o Alex.

O vulto olhou para nós e uns óculos escuros reluziram.

- Rápido! Atrás dele!

Quando o vulto estava lá fora, tinha lá um Kart que parecia africano à espera dele.

- Rápido arranca! _ Gritou.

Quando virei a cabeça para o Kart, vi uma sombra a descer o hospital suspensa numa corda.

- Alex, tá ali o assassino!

- Mudança de planos atrás dele!

- Mas K e se somos apanhados?

- A recompensa por apanhar esse tipo paga a nossa pena!

- K? Pedro! É o senhor K, o contrabandista!

- Tu deixaste-os ouvir?!

-Não... eu só... e... AHHHH!!!!

- Para a próxima olha para cima antes de começares uma conversa privada.

- Arranca!

O Kart arrancou em direcção ao tipo enquanto eu e o Alex ficámos a comer poeira (literalmente).

- Alex, passa-me uma faca (não façam isto em casa!)!

O Alex fez o que eu lhe pedi e eu atirei-a em cheio no pneu do Kart. (O GTA sempre é útil!)

- O que se passa?

- Foram os miúdos!

- Vamos a pé!

- Corre Alex!

Bastaram estas 4 frases e largámos todos a correr atrás do homicida.

- Alex, tu vais por ali, eu vou por dentro do jardim!

- OK!

Irrompi pelo jardim adentro. As árvores mal cortadas arranhavam-me a cara, o solo lamacento fazia-me pesar as sapatilhas da Nike e os mosquitos perseguiam-me como feras.

Um mocho fez me tropeçar com o seu ruído:

- Oh ooooh!

- Ai!

Estava estendido no chão quando senti passos. Mais tarde notei que um tipo armado se aproximava.

Havia um buraco num velho carvalho e eu pensei em usá-lo como megafone.

- Quem és tu... Tu... Tu... Tu...

O tipo virou-se para o carvalho, disparou num ramo e fê-lo cair em cima da minha cabeça:

- FBI! E tu?

- Ouch! Eu sou o Pedro.

- És o famoso assassino?

- Tou à procura dele...

- Desiste puto!

O policia meteu-se pelo jardim adentro enquanto que eu pensei:

- Há muita gente atrás do assassino...

Enquanto eu estava a pensar, o Alex decidiu esconder-se atrás de um arbusto e enquanto o senhor K e o seu cúmplice iam a passar, atirou-lhes um balde de iscos de pesca húmidos e molhados.

- AHHHHHH!

- Maldição!

- Pedro! Onde estás?

- Aqui... aqui... aqui...

Às escuras e encharcados, o K e o cúmplice, tropeçavam, caiam e levantavam-se outra vez.

De repente vi um vulto familiar. Alex!

- Alex. Aqui!

- Pedro! Tás aí!

Mal estas duas frases foram ditas, um vulto com uma capa passou entre nós.

- Atrás do...

Não tive tempo de acabar a frase pois uma buzina ecoou pelos ares. O Kart estava arranjado.

- Saiam miúdos. Estão no caminho!_ disse o senhor K.

Uma rajada de vento atirou-me ao chão. Olhei para o céu e vi um helicóptero da FBI, com agentes a descer por uma corda.

O Alex, mal viu oportunidade gritou:

- O senhor K é um contrabandista de armas!

- K, fomos descobertos!

- Temos de apanhar o homicida.

- O que é aquilo?

- O tipo está armado!
- Agentes posto Beta!

- Alex, o tipo tem um machado na mão!

- Esconde-te!

- Permissão para disparar?

- Sim senhor!

As frases confundiam-se por entre as árvores. Já estava a amanhecer e começava-se a ver melhor.

De repente, o homicida tirou de dentro do casaco um frasco com criaturinhas que eu bem sabia o que eram: Vespas!

- Vespaaaaaaaaaaas!! (tenho pavor a esse insecto, no Brasil são marimbondos).

O assassino abriu o frasco e as vespas voaram furiosamente sobre nós.

- Agentes, todos para o chão!

- Esconde-te aqui... aqui Alex!

Como eu, o Alex e os agentes estávamos camuflados, as vespas, dirigiram-se ao senhor K e ao cúmplice.

- Arranca!

- Não pega!
O senhor K e o seu cúmplice saíram do Kart e começaram a correr para o portão.

- Atrás dele homens!

Os FBI's largaram a correr e o segurança que me tinha esmagado da outra vez estacou-lhes com uma pá na cabeça, fazendo-os desmaiar. Entretanto, eu e o Alex, aproveitámos e tirámos o machado das mãos do tipo.

- Apanhado!_ gritámos em coro enquanto bloqueávamos os braços do tipo.

No dia seguinte, uma festa foi feita por terem sido apanhados dois criminosos. A enfermeira Rita subiu ao palco branco cheio de grinaldas. Depois pegou no microfone e disse:

- Agora quero chamar ao palco uns heróis valentes que me salvaram a vida e a de muitos neste hospital. Pedro León e Alexandre Costa!

Nós corámos os dois e subimos ao palco. Na plateia bufavam o Diamantino e a Bárbara. A enfermeira Rita colocou duas medalhas nas nossas camisolas e até deu um beijinho na cara ao Alex dizendo:

- Obrigada por vires a correr salvar-me!

Depois, o segurança disse:

- Olha é o tipo que eu esmaguei (má recordação).

Depois um FBI trouxe uma mala cheia de dinheiro.

- É para vocês, apanharam um homicida!

- Podem por na conta bancária_ exibiu-se o Alex.

Porém, rapidamente, a nossa felicidade abrandou, ao fundo da sala, ao lado da polícia, do K, do cúmplice e do assassino, estavam os nossos pais. E que castigo íamos levar! Saímos do palco e fomos na direcção dos nossos pais.

- Então um parque de campismo hem?

- Vocês podiam ter morrido!

- Apanhar um homicida num hospital?!

- Estão de cas...

A enfermeira Rita interrompeu:

- Os seus filhos salvaram-me a vida. Foram muito corajosos.

Eu e o Alex fizemos que sim com a cabeça, com esperança de perder o castigo.

- A recompensa era deles mas eles são muito novos, terão que a dividir vocês.

- Muito bem filho!

- Estamos orgulhosos!

- Eu ia dizer que estão em boa forma. Heheh. (o dinheiro muda mesmo as pessoas)

Enquanto os nossos pais tagarelavam com a Rita, os polícias iam pondo os criminosos na jaula. O K barafustava:

- Miúdos, vão pagar caro! (monarquia!)

Entretanto o assassino tirou a máscara. Tinha cabelo loiro curto e olhos azuis. O cabelo com gel parecia que ele tinha acabado de sair do duche.

- Humph! Vocês apanharam-me com sorte mas vou-me vingar!

- Não voltamos a fazer isto!_ disse o Alex.

- Claro que não! (mentira)_ respondi.

 

 

 

Pedro León