O mistério do navio naufragado

   Era uma tarde tranquila de Verão. Eu estava a jogar descansadinho Stronghold2 quando de repente o meu telemóvel tocou:

- Estou?

- PEDROOOOO! Sai daí e vem à piscina!

- Nuno? És tu?

- Sim sou eu! O Paulo e o Alex também aqui estão, anda depressa!_ disse ele desligando-me o telefone na cara.

Dez minutos mais tarde já eu tinha chegado à piscina. Mal entrei, o Paulo lançou-se à água e fez-me borbulhar com um grande splash.

- Grrrrrrrluuup! Pfffffffffffffft!

- Pedro! Aqui!

Reparei que o Alex e o Nuno estavam nas toalhas a apanhar sol. O Paulo veio atrás de mim até eles.

- Pedro, eu, ou melhor, NÓS, vamos a uma ilha! Amanhã!

- Uma quem?

- I-L-H-A, ILHA! Amanhã!

- Mas eu, como? E há? Hã? Eu não...

- Tás contente né?

Eu nem conseguia responder.

- Como é que nós algum dia iremos até a uma ilha? A nado?!

- Não, de avião, está tudo pago, o meu pai já telefonou à tua mãe e tudo! Quando ela te encontrar diz-te a resposta. 

- Agora vai fazer as malas, as nossas já estão feitas!

Lá fui eu de cabeça murcha até casa. Quando cheguei, a minha mãe apareceu no cimo das escadas:

- Pedro, o pai do Nuno ligou. E disse que te queriam convidar para ires a uma ilha com eles.

- E tu deixas?_ perguntei eu a fazer figas.

- Claro, o iodo da praia só te faz bem e o Paulo e o Alex também vão. (nãããããããããão)

Subi as escadas e fui para o meu quarto. Ia ligar o computador quando notei que uma mala monstruosa estava em cima da minha cama. Depois lembrei-me que tinha deixado o meu disco dos Three Days Grace no quarto e não na gaveta. Olhei por baixo da cama, nas prateleiras, em cima da TV, na minha secretária (a minha organização mete tudo o que é papelada ou coisas estreitas: CD's, livros, testes, fichas, TPC's, disquetes, PEN's e tudo isso na secretária) e dentro do guarda fato. Virei-me para trás e lembrei-me da pior possibilidade: Debaixo da mala gigantesca.

Levantei a mala com todas as minhas forças e vi o meu disco totalmente riscado. Pu-lo no rádio para testar mas não, estava liquidado. (nããããããããããããão)

Liguei o computador e fui ao MSN. Vi que o Nuno estava online e falei com ele.

Nuno:oi                                        (olá)

Pedro:oi                                           (olá)

Nuno:pedru hoj tens de ir pra kama cedo     (Pedro hoje tens de ir para a cama cedo)

Pedro:pk?                                                (porquê?)

Nuno:porke o voo e as 6 da manha             (porque o voo é às 6 da manhã)

Pedro:o ke?!                                               (o quê?!)

Nuno:yh ve se aceleras ou vamus sem ti                   (sim, vê se aceleras ou vamos sem ti!)   (oxalá!)

Desliguei o computador desiludido. O Nuno é aquele tipo de amigo que nos mete em sarilhos e só quando já não há volta a dar é que nos pergunta se queremos ir.

Fiz o resto das actividades diárias normalmente:

Tomei banho às 4:00.

Lanchei às 5:30.

Joguei um bocado de Nitendo DS das 6:00 às 7:00.

Vi um bocado TV até à hora de jantar.

Depois de jantar fui para a cama às 9:00 e adormeci.

No dia seguinte acordei com a minha mãe a dar-me chapadinhas na cara:

- Pedro, acorda. Pedro! Já são 5:30 da manhã!

Abri os olhos sobressaltado:

- Cinco e meia?!

Vesti-me à pressa e tomei o pequeno almoço. A minha mãe levou-me a alta velocidade até ao aeroporto, onde fui revistado pois aquela máquina apitou (só mesmo a mim).

Depois de ter entrado no avião procurei o meu lugar:

- 47G... 47G... 47G, 44, 45 , 45, 46, ali!

Quando vi o meu lugar, vi que os meus amigos já lá estavam.

- Não sabes cumprir horários?!

- Mas são 5:50, este voo é às 6:00!

- Nós conseguimos vir mais cedo, tu também consegues! Não importa, senta-te.

Lá me sentei entre o Nuno e o Alex. (a ordem dos lugares era: Nuno, Pedro, Alex, Paulo.)

Desembrulhei a minha manta e almofada enquanto o Nuno falava.

- Nós vamos fazer scuba diving no mar. Não é fixe?

- No mar? Praia?

- Sim! Excelente!_ concluiu o Paulo.

- Brutal né? (nãããããããããããããão)

- Na zona das malas está o nosso equipamento. Mas... há um par de barbatanas que é rosa, porque a loja não tinha stock suficiente.

- Meu! Eu não quero usar isso!

- Fazemos o jogo dos palitos e a quem sair o mais pequeno...

- Tens aí palitos?

- Eu tenho!_ exclamou o Alex.

- Cada um tira um. Só um! Nada de gracinhas Alex!

Lá tirámos os palitos e descobrimos logo quem era o infeliz vencedor. Adivinhem quem... (não, desta vez não fui eu!) Alex!

- Bem... Parece que és tu amigo.

- Nana! Eu prefiro ir sem nada nos pés!

- Ok! Mas não te queixes se não conseguires acompanhar...

- Ó Nuno! E como é que comunicamos?

- Por gestos!

- Oh, ok!

Enquanto nós tagarelávamos a hospedeira deu um aviso.

- Senhores passageiros (yay! sou um senhor!) devem todos por o cinto de segurança enquanto o sinal permanecer activo. É proibido fumar em todo o avião. Em caso de necessidade encontra-se um colete salva-vidas debaixo dos vossos acentos.

Eu e o Paulo olhámos para baixo para confirmar.

- Se possivelmente o avião estiver em emergência, existem sempre máscaras de oxigénio que cairão automaticamente em caso de acidente. As casas de banho também têm uma máscara. Para colocar o colete salva-vidas deverão fazer o seguinte: podem enchê-lo pela corda no fundo do colete ou se preferirem podem usar o controlo manual. As crianças devem ser ajudadas. Quando estivermos em voo é permitido caminhar pelo avião. Pedimos também que desliguem os vossos telemóveis. É tudo. Obrigada!

Assim que a hospedeira acabou o discurso, eu liguei a mini TV dos passageiros. Tinha vários filmes à escolha: Morte num funeral (brrrrrr), Percy Jackson e os Ladrões do raio principal, Confronto de Titãs, Spiderman2, Avatar e até o Fantástico senhor Raposo. Eu escolhi o confronto de titãs.

Entretanto, a hospedeira ia perguntando aos passageiros se desejavam alguma bebida.

- Cocacola? Ice Tea?

- Não obrigado.

- Um para mim por favor!

Quando ela chegou perguntou-nos:

- Meninos, querem alguma coisa?

- Uma cocacola por favor._ disse o Nuno.

- Um Ice Tea para mim por favor._ pedi eu.

- Tem Fanta?

- Sim, queres?

- Sim! Obrigado._ anunciou o Paulo.

- Um compal Fresh por favor._ informou o Alex.

O voo entretanto começou. E que inferno que foi essa viagem!

Primeiro: Um solavanco fez o Paulo afogar-me a mim e ao Alex de Fanta.

Segundo: Os passageiros que estavam atrás de nós começaram a rir-se do filme que estavam a ver e a cada gargalhada que soltavam, davam um pontapé nas nossas cadeiras.

Terceiro: O Alex estava muito chateado por causa disto das barbatanas rosa, pelo que foi a resmungar toda a viagem.

Quarto: Quando desligaram as luzes para adormecer-mos e descansar-mos, os passageiros da frente começaram a ressonar, impedindo-nos de dormir.

- Grrrrrr!_ murmurava eu.

- Estes tipos parecem tratores!

- Ainda bem que eles não acordam senão...

- Estávamos feitos!

- Ronf! Pheeeeew!

- Qual é a nossa probabilidade de vitória contra eles numa luta?

- Não te ponhas com ideias! Vê lá se conseguimos chegar à ilha sem sermos procurados pela polícia!

- Há polícia na ilha?! Pensei que não aparecia nos mapas!

- E não aparece. Mas eles têm acesso à informação da sua existência...

Finalmente, o avião aterrou (Aleluia!). Dirigimo-nos ao passeio para esperar pelo táxi que nos ia levar ao hotel onde íamos ficar. Passados uns 10 minutos, o táxi chegou.  A viagem prosseguiu aos solavancos e, numa travagem brusca (suficientemente brusca para abrir um Airbag automaticamente SE houvesse um nesse carro).

Li as letras grandes à porta do hotel: "Luar Prateado" "Bom nome..." pensei eu "Será que isto vai ser algo de que eu vá mesmo gostar?" (coisa que nunca me passou pela cabeça desde o início...)

Uma jovem bronzeada vistida como uma dançarina de Hula acolheu-nos com um colar de flores.

- Sejam bem-vindos ao Luar de Prata! Em que posso ajudá-los?

- Temos uma reserva.

- Muito bem, por aqui.

Siguímo-la até ao elevador e subimos até ao andar 4.

- Aqui têm a chave do quarto 483. Apreciem a estadia!

Entrámos, pousámos as malas e integrámo-nos no quarto.

Quando eu me ia deitar na cama, o Nuno impediu-me.

- Primeiro, vamos dar um mergulho!

- Fixe_ respondi_ vamos à piscina?

- Não! Vamos à praia! (nãããããããããããão!)